IRPEN

Saiba como foi o primeiro dia de ações do projeto em 2017 nas cidades de Alto Paraíso e Xambrê

O Projeto Irpen na Comunidade, uma iniciativa do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen-PR) em parceria com o Fundo de Apoio ao Registro Civil das Pessoas Naturais (Funarpen) que visa levar cidadania à população paranaense, iniciou a temporada 2017 promovendo casamentos comunitários na região noroeste do Estado. Entre os dias 29 de março e 01 de abril, foram realizados 182 casamentos, sendo 19 em Alto Paraíso, 28 em Xambrê, 23 em Rio Bonito, 13 em Cafezal do Sul, 53 em Campina da Lagoa e 46 em Goioerê. Clique aqui e veja todas as fotos deste casamento coletivo em Alto Paraíso e aqui para ver a cerimônia em Xambrê

Para a vice-presidente do Irpen, Elisabete Regina Vedovatto, promover este tipo de ação no Estado é importante para formalizar a união dos casais, que passarão assim a gozar de todos os direitos previstos pela Constituição. “Este projeto social tem como principal característica permitir aos nubentes que tenham um documento que regularize suas situações, e com este documento, possam desfrutar de todos os benefícios que são previstos em Lei, além de servir como base para aperfeiçoar a formação de uma família”, disse. 

Elisabete também destacou que o casamento deve ser deve ser respaldado em uma espécie de “tripé” formado por três palavras. “Para que o casamento prospere, é necessário que o lar esteja bem sólido. E cada letra da palavra lar resume bem o que é preciso para que isso ocorra: L de lealdade, A de amor e R de respeito. Somente com estes três é que o casal pode ter uma vida feliz”, salientou. Em cada dia de visitas, as equipes do Irpen e Funarpen visitavam primeiramente os cartórios da cidade ou distrito, a fim de estreitar os laços dos Institutos com as serventias, para depois realizar os casamentos. Veja abaixo como foi cada dia do projeto.

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Alto Paraíso

Na manhã de terça-feira (29.03), o Irpen e o Funarpen visitaram o município de Alto Paraíso, habitado por três mil habitantes e que tem como registrador civil local Paulo César Biaca, que expressou sua gratidão em receber o Irpen na Comunidade e também falou sobre a importância do e-Certidões para a realização de seu trabalho diário. “Só tenho que parabenizar este projeto porque vemos que a equipe do Irpen não mede esforços para alcançar todos os municípios, tanto grandes como pequenos. E para mim o ponto principal deste projeto é regularizar a situação dos casais que vivem uma vida civil, mas não tem o documento que registra de fato o casamento”, disse.

Paulo César Biaca, Oficial de Alto Paraíso

“Também quero deixar destacado que para nós o e-certidões é a ferramenta que nos permitiu ter mais agilidade na emissão de documentos, já que muitas pessoas vêm até aqui, por exemplo, para este casamento comunitário, muitas certidões foram pedidas por este sistema, e graças a rapidez, a pessoa não precisa mais ficar procurando de cartório em cartório sua certidão, tendo assim sua vida facilitada”, concluiu.

Biaca posando para a foto com a equipe do Irpen e do Funarpen em frente ao seu cartório

Após a visita, as equipes se dirigiram ao salão de festas do município para realização do evento, que contou com a participação de diversas autoridades, como o prefeito, o padre e a juíza de paz da cidade. Pessoas simples, com roupas discretas, semblantes serenos e poder aquisitivo baixo, os 19 casais oficializaram suas uniões perante a Lei e agora podem portar um documento que atesta isso. Um desses casais, Edinei e Ilda, que vivem juntos há 15 anos, resumem qual o principal sentimento neste dia. “Foi a realização de um sonho, pois sempre esperávamos casar, mas não tínhamos condições financeiras para isso sabe? Sempre que pensávamos em regularizar nossa situação em cartório, surgiam outras prioridades que acabavam atrasando a realização deste sonho, que hoje foi possível realizar graças ao Irpen”, disse o noivo.

Para o prefeito da cidade, Dercio Jardim Junior, a parceria entre o cartório e o Irpen foi fundamental para a efetivação do casamento, o que deixou a todos na cidade extremamente felizes. “Fiquei muito feliz, porque sabemos o tamanho da grandiosidade que é o casamento. Então foi a chance de muitos casais realizarem o sonho de se casar, e por isso nós aqui do município ficamos muito gratos ao cartório e ao Irpen por esta parceria que, sem ela, não teria permitido que esta festa acontecesse”, disse.

19 casais oficializaram sua união na manhã de quarta-feira (29.03)

Já a juíza de paz de Alto Paraíso, Verônica Martins Melo da Silva, disse que este evento é tão importante que deve acontecer sempre e deu um recado aos outros municípios que têm famílias carentes. “Foi um evento muito bom, que deve acontecer sempre. Acho que todo município precisa aceitar este convite (de realizar casamentos comunitários) porque ajuda muito as famílias mais carentes a formalizar a união”

O padre da paróquia de Alto Paraíso, Odair Trindade de Araújo deu sua opinião sobre o projeto. “Este tipo de iniciativa é importante porque muitas dessas pessoas não têm condições e nem tempo para se casarem, e quando tem estas oportunidades é importante para que possam regularizar sua situação inclusive para benefícios futuros. Também ressalto que é importante esta confraternização que fazem entre si com a família, que é uma possibilidade de realizar uma festa com um baixo custo e eles poderem estar regularizando sua situação com a lei civil.

A vice-diretora do Irpen, Elisabete Vedovatto, fala aos casais

Xambrê

Há poucos quilômetros de Alto Paraíso, o município de Xambrê, com cerca de seus 6.500 habitantes, recebeu na tarde do primeiro dia as equipes dos institutos, que por sua vez foram contaram com o apoio do oficial designado de Registro Civil de Xambrê, Nicolas Dancini Matiazi Moraes Rosa, que destacou a importância deste tipo de trabalho tanto para população como para os cartórios. 

“Ficamos muito felizes em receber o Irpen aqui para a realização destes casamentos coletivos, porque muita gente não tem condição financeira de realiza-lo. Este tipo de evento acaba gerando uma inclusão social, tanto jurídica como administrativa. E para os cartórios é um apoio espetacular, principalmente para o Registro Civil. Eu aqui ainda tenho Registro de imóveis anexado, mas aqueles que tem só um Registro Civil é muito difícil de se bancar sozinho sem a ajuda do Irpen e do Funarpen. Outra coisa que também tem ajudado muito é o e-certidões, pois agilizou muito o nosso trabalho, principalmente no sentido de emissão de certidões, pois agora nós conseguimos dar mais celeridade nos casos de casamentos que temos aqui dentro da Comarca como também atender pessoas que necessitam de uma segunda via de comarcas de fora. Só posso dizer uma coisa desta ferramenta e deste projeto: são espetaculares”, disse.

A equipe do Irpen posa para a foto com o oficial, Nicolas Matiazi ao centro, e sua equipe

O casamento coletivo dos 28 casais foi feito no fórum de Xambrê, e contou com a presença massiva do Poder Judiciário local, como o promotor substituto da comarca, Tales Alves Parnaíba, que além de agradecer ao Irpen, ressaltou a importância daquele momento para os casais, que era a oficialização. “O Dia do Sim é um momento muito especial para vocês, porque a Constituição Federal da República estabelece que a família é a base para sociedade e o casamento recebeu um tratamento especial da nossa Constituição. Então esperamos que este dia seja um dia de realizações, e agradecemos ao cartório e ao Irpen por ajudar a concretizar o sonho destes casais”, falou.

O juiz de Direito da comarca, Fabio Caldas de Araújo, realçou, além do sentido físico, o sentido espiritual da união. “Este é um momento de grande satisfação para nós, porque a partir de agora todos estes casais que estamos vendo aqui converteram suas uniões em casamento documentado, dando plenitude ao que está escrito na Constituição, porque agora estão formalizando a união perante a sociedade, mas antes, já haviam feito a união de almas, que é a essência do casamento e isso é uma vitória muito grande pra eles, e também pra nós. Por isso agradeço ao cartório e ao Irpen pela iniciativa de tornar possível este sonho para estas pessoas”.

28 casais disseram "sim" em Xambrê

Um dos casais mais jovens que oficializaram sua união, Pettrus Natã de Oliveira Lima e Gabriela Felix Gonçalves, que estavam juntos há dois anos, lembraram que o desejo de casar sempre existiu, mas a falta de condições impedia a realização deste sonho. “Já tínhamos o interesse de casar no civil, mas não conseguíamos pagar a quantia para isso. Então ficamos sabendo do projeto por meio de uma tia da minha agora esposa, que soube pelo pessoal do próprio cartório. Lá e fomos muito bem atendidos pelo pessoal, que nos deram a chance de realizar este sonho que tínhamos desde quando nos conhecemos”, disse Petrus.