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Em cinco anos, a Região do Polo Têxtil celebrou 92 casamentos entre homossexuais

2016-07-11 13:39:46 - Fonte: O Liberal

 Em maio, os casais homossexuais comemoraram 5 anos de uma decisão inédita tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que reconheceu as uniões homoafetivas em território nacional. De lá para cá, a RPT (Região do Polo Têxtil) registrou em cartório 14 pedidos de união estável e outros 92 casamentos, sendo Hortolândia a primeira cidade do Estado e a terceira do País a celebrar um casamento direto, sem necessariamente ter sido registrado a união estável antes. Em agosto de 2011, a auxiliar de produção Kátia de Albuquerque, 42 anos e a motogirl Edneia Rodrigues de Souza, 37, abriram os registros na região. O balanço divulgado pela Arpen (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo) mostrou ainda que neste período, Americana foi a cidade que mais celebrou uniões na RPT – com 34 casamentos -, seguida por Sumaré, com 21 uniões; Hortolândia, com 17; Santa Bárbara, com 15; e Nova Odessa, com 5 casamentos.

Quarto casal a usufruir do direito em Americana, o professor de biologia Luiz Carlos Bordin, 52 anos, e o economiário Luiz do Nascimento, de 45, foram surpreendidos positivamente pela naturalidade com que foram recebidos no cartório da cidade, em maio de 2013. “A gente tinha marcado a celebração para uma sexta-feira, no primeiro horário da manhã, justamente porque a gente não queria “plateia”, um monte de gente olhando. Queríamos algo simples.

Fiquei surpreso quando o juiz pediu para que a gente desse um beijo no final e fez questão de tirar foto conosco. Não senti, em nenhum momento, aquele risinho de canto de boca. Foi emocionante”, lembrou Nascimento. “Quando ele (juiz) leu e tocamos na certidão, foi que caiu a ficha e bateu aquela sensação de que era um casamento real, igual a todos os outros. Algo que eu nunca imaginei que poderíamos ter”, comentou Bordin.

Juntos desde 2011, os “Luizes”, como são conhecidos entre os amigos, foram avisados após dois anos de namoro que poderiam oficializar a união em cartório. “A gente queria comprar um apartamento juntos e pensar numa estabilidade. Hoje ele pode estar no meu plano de saúde e eu no dele. Se eu me for, sei que ele vai ser meu herdeiro. É uma segurança para a gente como todo mundo deseja quando tem uma união de anos”, comemorou Nascimento.

DIFICULDADE. Já a técnica de enfermagem Cristina Silva, 37 anos, conta que precisou sair da região para conseguir legalidade em sua união homoafetiva, isso antes da decisão do STF. Após um namoro de 4 anos, Cristina e a companheira foram, em 2010, até São Paulo para obter uma certidão de união estável. “Uma amiga me indicou um cartório na Lapa que aceitava fazer o procedimento. Na época, nenhum cartório aqui fazia. Hoje a gente pensa em converter para casamento, porque não sei ao certo se a união tem o mesmo valor”, comentou ela.

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Para ativista, número ainda é pequeno

Ativista do coletivo LGBT Crisálida, o setorista de qualidade Valter Luís, 22 anos acredita que, apesar da pauta vitoriosa, o número de casamentos homossexuais na região ainda é pequeno. “Ainda enfrentamos muita dificuldade, não pelos cartórios, mas, sim, porque ainda sofremos com o preconceito entre as famílias, que não aceitam ver o filho casando com outro homem ou outra mulher. Esse número de casamentos é muito baixo, já que sabemos de muitas histórias de gente que gostaria de oficializar a união, mas não pode por preconceito”, lamentou.

O ativista considera Santa Bárbara uma das cidades mais conservadoras da região e diz que o coletivo tem enfrentando ataques verbais por conta de ações realizadas no município. “O casamento para gente é importante, mas é algo pequeno ainda dentro da nossa luta, já que temos atuado mais em pautas antiviolência. No ano passado, por exemplo, tivemos um grande exemplo que foi a proibição de discutir gênero dentro das escolas barbarenses”, lembrou Luís. “O caso mais recente foi a perda de uma de nossas militantes. Ela era transexual e sofreu com ataques do próprio movimento feminista, que não a considerava uma mulher. A gente vem defendendo este tipo de debate no momento”, finalizou o ativista.


2016-07-11 13:39:46 Fonte:O Liberal


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