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Irpen-PR na Comunidade participa da Semana Cultural Indígena da Aldeia de Mangueirinha

2015-04-30 16:59:22 - Fonte: IRPEN

Instituto esteve presente na festividade, onde participou da programação oficial e realizou os sonhos de dezenas de índios kaingangs

 

Mangueirinha (PR) – O Instituto de Registradores de Pessoas Naturais do Paraná (IRPEN-PR)participou entre os dias 24 e 25 de abril da Semana Cultural Indígena no Colégio Estadual Indígena Kókoj Tÿ Han Ja, localizado na Aldeia de Mangueirinha. O evento contou com diversas atrações sobre a cultura dos Kaingang e dos Guarani, dois povos indígenas residentes na região sul do Brasil.


 

 

Durante a festividade, o Projeto Irpen na Comunidade atendeu a diversos cidadãos, realizando registros de nascimento, registros tardios, reconhecimentos de paternidade, além de orientações aos usuários. Um dos registros mais marcantes foi o de Dona Pureza da Conceição Oliveira, uma índia da tribo kaingang que completará 108 anos no mês de junho. Devido a sua mobilidade reduzida causada pelo avanço da idade, a equipe do Irpen foi até a casa da indígena para dar a cidadania que lhe é de direito. Plenamente lúcida, dona Pureza ficou exultante ao receber sua certidão de nascimento e falou sobre a importância do registro para os cidadãos. “O documento é tudo pra gente, sem documento não somos nada”, afirmou.

 

 

 

 

A Oficiala do Registro Civil de Mangueirinha e organizadora da ação na aldeia, Silvana Keller de Oliveira, enalteceu a importância do projeto para a reserva indígena de Mangueirinha. “O Irpen na Comunidade veio na hora certa, pois cada dia mais os indígenas precisam da documentação do Registro Civil. Essas ações são uma maneira de divulgar os nossos serviços e vindo até a aldeia facilitamos muito a vida deles”, ressaltou.  Para a diretora do colégio indígena, Eliane Volmer, a ação dos cartórios na tribo é importante porque não é próprio da cultura kaingang sair e procurar um cartório, pois muitas vezes eles utilizam o RANI no lugar da certidão de nascimento.

 

“É importante para eles que os cartórios venham até a aldeia, pois aqui se vive uma realidade diferente. A prestação desses serviços na reserva traz mais praticidade eles e é até uma forma de incentivá-los a se registrarem”, declarou. Eliane também salientou que após a primeira visita do projeto na aldeia, em novembro do ano passado, foi nítido o aumento na procura dos serviços cartorários. “Eles começaram a perceber os benefícios de ter o registro de nascimento civil e agora se sentem cidadãos mais atuantes na sociedade, pois além de ter todos os direitos iguais, eles também a mesma documentação”, finalizou.

 

 

O cacique da aldeia, Milton Katanh Alves, disse que só agora os indígenas estão reconhecendo a importância dos registros de nascimento e de casamento, pois antes só tinham a certidão administrativa, mas com as mudanças recentes nas leis estão se deparando com a necessidade de ter o Registro Civil. “Algumas pessoas ainda não se sentem confortáveis em fazer seus documentos, mas aos poucos eles estão se acostumando e vendo que não é porque alguém tem um documento civil lá de fora que vai deixar de ser índio”, salientou. O cacique ainda acredita que em breve toda a aldeia estará com a documentação regulamentada. “O fato dos cartórios virem até a comunidade facilita muito o processo, porque as pessoas vão sempre à cidade, mas nesses departamentos eles não são acostumados a entrar”, finalizou.

 

Dia do Sim regulamenta a união de 14 casais indígenas

 

Com direito a dia da noiva, cerimônia ecumênica, muitas fotos e festa, 14 casais se casaram legalmente no último sábado (25.04), na aldeia de Mangueirinha. Entre os nubentes, estavam o cacique da aldeia e sua esposa, que estão juntos há mais de 25 anos. Além de grande parte da reserva indígena, estiveram presentes na cerimônia diversas autoridades religiosas e políticas, entre eles o vice-prefeito de Mangueirinha, Edenilson Luiz Palauro, que destacou a atuação do Irpen na Comunidade. “Gostaria de parabenizar o Irpen pelo trabalho que é feito, por trazer às nossas comunidades aquilo que é básico e elementar, que é o direito a cidadania”, declarou.

 

 

Para a noiva Marcele Maciel Honório, o casamento civil auxilia na hora de se obter benefícios trabalhistas e sociais, como o auxílio maternidade, além de ser válido fora da aldeia. “Os cartórios estão de parabéns por vir fazer os casamentos aqui na aldeia indígena, pois algum tempo atrás nós nem sabíamos o que era o casamento civil, só nos casávamos no escritório do cacique e estava valendo”, afirmou.

 

 

 

O presidente do Irpen, Arion Toledo Cavalheiro Júnior, destacou a importância da população indígena para o País. “Vocês são os verdadeiros proprietários desse País, os legítimos brasileiros e por quem nós temos e devemos ter todo o respeito”, declarou. Cavalheiro também relembrou a primeira visita feita na aldeia de Mangueirinha. “Em novembro nós viemos fazer aqui o Registro de Nascimento do Cacique Milton e hoje voltamos para fazer o casamento dele. Esse é o nosso trabalho, dar cidadania a todos os paranaenses”, finalizou.

 

 

 

O antropólogo e professor universitário, Antônio Cavalcante, considerou essa miscigenação de culturas muito curiosa. “Achei muito interessante, pois esse ritual foi uma ressignificação, ou seja, uma mistura daquilo que a gente faz na cidade, com aquilo que existe na comunidade indígena,” destacou. O professor ainda exaltou a função social dos cartórios na aldeia indígena. “Essa é uma ação importantíssima que deve continuar, pois fornece aos nossos indígenas registros e dados, o que inclusive facilita muito nosso trabalho como pesquisadores”, declarou.

 

O presidente do Irpen acredita que casos como o de Dona Pureza e do cacique farão com que mais pessoas procurem os cartórios para regulamentar suas situações. “Os ícones da aldeia fizeram os seus registros, então o exemplo dado por eles fará com que todos busquem os registros de nascimento e casamento”, concluiu.

 

 

 

Logo após a cerimônia, houve um churrasco para comemorar as uniões e demais programações culturais, como apresentações teatrais e musicais.  

 

 


2015-04-30 16:59:22 Fonte:IRPEN


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